sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
TRISTEZA MEDONHA
........Triste estou, aqui, neste momento. Não que a tristeza se alastre, possua, atinja meu todo, que me envolva em uma bolha de melancolia e me impeça de prosseguir, mas estou triste pelo hoje, por olhar para as minhas escolhas e ver no que elas se transformaram.
........Triste pelo amor, triste porque para tê-lo e/ou conquista-lo, exigi-se de nós um preço que nem sempre estamos dispostos ou preparados para pagar.
........Triste pelo abraço que desejo ter e não tenho, triste pelos braços que desejo estar mas não estou, triste pelos 50% de chance de dar errado e por estar dentro desta porcentagem negativa.
........Triste por olhar para trás e não sorrir, triste por estar vazio, triste por não poder fazer e nem ser feliz.
........Triste pelos sonhos não realizados, triste pelas oportunidades perdidas, triste pelas tentativas frustradas, triste pela dor causada, triste pela dor sentida, triste pela falta do que causa.
........Triste pelo que quero esquecer e não consigo, triste por não haver sono no mundo que apague tudo o que não quero pensar.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Ela Une Todas as Coisas (Jorge Vercilo)
Ela une todas as coisas
Como eu poderia explicar
Um doce mistério de rio
Com a transparência de um mar
Ela une todas as coisas
Quantos elementos vão lá
Sentimento fundo de água
Com toda leveza do ar
Ela está em todas as coisas
Até no vazio que me dá
Quando vejo a tarde cair
E ela não está
Talvez ela saiba de cor
Tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar
Ela só precisa existir
Para me completar...
Ela une o mar
Com o meu olhar
Ela só precisa existir
Para me completar
Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
Une amigos ao meu redor
Ela está em todas as coisas
Até no vazio que me dá
Quando vejo a tarde cair
E ela não está...
Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
Para me completar...
Depois de tanto tempo sem postar, não poderia deixar de homenagear quem inspirou este blog.
segunda-feira, 31 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
.............Se hoje eu parasse para relembrar e escrever a minha lista de absurdos e ações bestiais e imbecis, talvez não sobrasse papel para enviar cartinhas no próximo natal. Não sei por que razão eu precisava fazer tudo o que fiz, e mesmo muitas vezes sem intenção acabei fazendo pessoas sofrerem. Eu era o inverso da máscara de maturidade que eu usava, porque por dentro eu era um cara completamente destrutivo e não queria me dar conta disso. Tudo isso tem um peso muito grande. Existem pessoas que só percebem isso no final de suas vidas, quando descobrem que davam muito valor em coisas que não fariam a menor diferença. Hoje tenho poucos amigos (os que de fato me suportaram), e graças a Deus consegui abrir meus olhos antes de descobrir que era tarde demais. Não acredito que seja possível passar uma borracha em cima de tudo o que eu fiz, mas Deus nos dá a cada dia uma nova folha em branco para decidirmos o que será escrito. Hoje vivo assim, sem planos exorbitantes, mas com projetos a curto, médio e longo prazo e vivo ralando feito um louco para poder realizá-los. Quero sim encontrar uma pessoa especial pra minha vida, mas antes disso eu quero me livrar do egoísmo, porque esse talvez seja o meu maior defeito, o que me cega e tira minha sensibilidade, o que me faz perder a chance de ser o que o amor deveria me fazer ser. Quero dar atenção, mas não pra compor um espaço vazio no tempo, não pra que a pessoa se sinta importante, mas porque sim, ela é importante e deseja que eu a ouça e compartilhe. Sensibilidade é o inverso do egoísmo. Sempre falo sobre desacelerar, mas nunca tinha feito realmente isso com a minha vida. Não quero ser hipócrita, dizendo o que vai ser ou deixar de ser daqui pra frente, mas a mudança é um processo e tem que vir recheado de vontade, isso sim não me falta.
terça-feira, 4 de março de 2008
Numa Corrente de Verão (Jorge Vercilo)
Vento soprou minha ilusão
flor de algodão, meu pensamento
pulou muro, foi embora, looping no ar
numa corrente de verão
pro ninho de algum pardal,
décimo andar pela janela,
cai no pêlo de um cachorro animado para passer
No ventilador do elevador
lá vai a minha ilusão, flor de algodão
quase passou carro por cima
atravessou a rua inteira na contramão
se estatelou pelas vitrines
mais um golpe de ar, vai passear a tarde
inteira para pousar na sua mão
Eu não sou de olhar o que passou
nem lamentar o que se foi
Sou de criar o que será
É como os relógios de Dali
é como as torres de Galdi
como Brasília para Oscar
ou no arremesso de um outro Oscar
Assim eu vou no vento
sou uma folha de pensamento
Einstein andou no tempo
cruzou paredes e rio por dentro
É, nosso futuro assim será
feito uma escada a se formar
por sob os pés de quem sonhar
de quem ousar pensar além...